domingo, 25 de janeiro de 2009

Filosofia clínica

FONTE: Wikipédia

Filosofia Clínica é uma proposta de utilização terapêutica da filosofia. Assemelha-se à Philosophische Praxis ou Philosophical counseling, criada por Gerd Achenbach, em Colônia, Alemanha, em 1981, a partir da concepção epicurista de filosofia como "terapia da alma".

A Filosofia clínica foi criada em fins da década de 1980, pelo psicanalista e filósofo Lúcio Packter, no Rio Grande do Sul (RS).

Segundo Packter, a Filosofia clínica "direciona e elabora, a partir da metodologia filosófica, procedimentos de diagnose e tratamento endereçados a questões existenciais encontradas em hospitais, clínicas, escolas e ambulatórios. Técnicas que diferem dos métodos e fundamentos da Psicologia, da Psiquiatria e da Psicanálise: não existe o conceito de normalidade, de patologia; não existem concepções a priori como ‘o homem é um ser social’, ‘o homem busca a felicidade’. Tudo parte da historicidade da pessoa atendida, percorrendo-se desde o logicismo formal até a epistemologia nas questões focadas no diagnóstico dos problemas. A fundamentação das questões consta da Filosofia acadêmica, inteiramente, com seus escritos e autores. Está baseada no Logicismo, na Epistemologia, na Fenomenologia, na Historicidade, no Estruturalismo e na Analítica da Linguagem, entre outras abordagens".
Crítica

A Filosofia Clínica tem sido criticada por psiquiatras, psicólogos, mas também por filósofos. Dentre os problemas apontados, os psiquiatras questionam a sua insuficiência para evidenciar disfunções orgânicas que originam males existenciais (deficiências que provoquem depressões ou
desordem mental). Já os psicólogos acreditam ser errônea a racionalização de questões que certamente pertencem ao campo das emoções.

Sobre a Filosofia clínica

A Filosofia Clínica é assim definida, por Lúcio Packter, o pioneiro e sistematizador desta abordagem filosófica no Brasil:
a) O uso do conhecimento filosófico à psicoterapia.
b) A atividade filosófica aplicada à terapia do indivíduo.
c) As teorias filosóficas empregadas às possibilidades do ser humano enquanto se realiza por si mesmo.

Pode-se dizer que é a filosofia acadêmica aplicada à psicoterapia. Nesta prática haverá um interseção entre o filósofo clínico e o partilhante (não necessariamente). Cabe ao filósofo categorizar o que o partilhante lhe traz, a sua historicidade (para tanto existem 5 categorias que permitem a abstração da condição existencial em que o mesmo se encontra). Feito isso, é traçada uma estrutura de pensamento do partilhante, dividida em 30 tópicos, que indicará os choques estruturais que levaram a pessoa a procurar pela terapia. Cabe ressaltar que em filosofia clínica os conceitos de doença e patologia deixam de existir, havendo, então, representações de mundo que originam maneiras singulares de existência. Em decorrência disso, fica explícito que a filosofia clínica não promove curas, mas auxilia na tentativa de resolução de choques estruturais que causam um mal-estar existencial à pessoa.

Exames Categoriais - Aspectos Gerais

Diz respeito à localização existencial da pessoa (partilhante). Explorando as cinco categorias (Assunto, Circunstância, Lugar, Tempo e Relação), o filósofo forma um conceito bem estruturado do mundo da outra pessoa: uma representação para si mesmo da representação do outro.

Assunto
O assunto (que chamamos imediato ou último) é aquilo que leva o partilhante à clínica, ou seja, a causa, o motivo, a questão que faz com que a pessoa procure o atendimento filosófico clínico.

Circunstância
Diz respeito à situação, o estado em que a pessoa(partilhante) se encontra, quando este, chega à clínica com uma demanda. É o mesmo que dizer: o todo do partilhante, ou seja, é o seu entorno.

Lugar
Sobre a categoria Lugar: Diz respeito a como a pessoa (partilhante) se movimenta sensorialmente e abstratamente no espaço geográfico que ocupa.

Tempo
Diz respeito à como a pessoa(partilhante) lida com o tempo(cronológico, aquele do relógio) e o tempo (subjetivo, aquele vivido pela pessoa). Aqui, levamos em consideração como a pessoa vive o tempo, se no futuro, se no passado, ou se há uma mescla desse tempo e quais problemas existenciais pode existir para essa pessoa em relação à como a mesma vive essa categoria na sua vida.

Relação
Diz respeito a relação dapessoa(partilhante) com o que,com quem,se com ela mesma, e a qualidade dessa relação.

Estrutura de Pensamento
Estrutura do Pensamento é o modo como a pessoa se estrutura mentalmente.

Referências Bibliográficas:

PACKTER, Lúcio.Filosofia Clínica: propedêutica. 3ªed. Florianópolis: Garapuvu,2001.

Referências
Packter, Lúcio. Ana e o Dr. Finkelstein.A Escuta e o Silêncio. Lições do Diálogo na Filosofia
Clínica/Listening And Silence. Lessons from Dialog in Clinical
Philosophy - Autor: Will Goya, 2008, Ed. UCG; Páginas: 422; ISBN:
978-85-7103-496 in: www.willgoya.comFilosofia Clínica – Propedêutica Autor:Lúcio PackterInformação Dirigida: Síntese - A revista internacional de Filosofia
Clínica surgiu como uma oportunidade para os colegas poderem publicar seus trabalhos, suas pesquisas. Hoje é um referencial. Conta com a direção da colega Mariluze Ferreira, professora da Universidade Federal de São João Del Rei.Filosofia Clínica: a Arte de Encantar a Vida: Síntese - Obra de grande sucesso escrita por Hélio Strassburger, traça considerações, reflexões, relata parte de casos clínicos, o livro é uma conversação com o leitor sobre diversos aspectos da clínica filosófica.

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